ARQUÉTIPOS IV

11:51:00




    O Ego é um subproduto de processos arquetípicos. Esse conhecimento é a segunda coisa mais poderosa atualmente conhecida. Conhecer cada Arquétipo da personalidade é o maior autoconhecimento que pode existir. Neste post iremos discutir um pouco acerca do arquétipo materno na personalidade feminina.

    O Arquétipo materno na mulher possui um poder de influência da personalidade colossal. Isso seria uma das coisas mais importantes para as mulheres estudarem em suas vidas. O Arquétipo materno determina, em grande parte, os futuros acontecimentos e principalmente o aprendizado que a pessoa precisa passar. Existem os chamados complexos maternos, que nada mais são do que variações da manifestação do Arquétipo Materno, ou seja, como esta energia está configurada na pessoa e o resultado disto. A palavra "complexo" popularmente possui uma conotação negativa, mas não há nada de negativo num complexo porque é simplesmente uma forma do Arquétipo atuar, uma energia. Todas as mulheres possuem todos os complexos maternos em maior ou menor grau, porém alguns são mais predominantes.

    De acordo com o projeto cármico na vida da pessoa, é que ela vai vivenciar determinados arquétipos para que possa evoluir da melhor forma. Saber o Arquétipo que se está vivenciando é crucial para se ter felicidade. Uma mulher que está vivenciando o complexo materno sob o aspecto da exacerbação do eros, pode se sentir muito frustrada na vida no que se refere às suas paixões se não entender como funciona essa dinâmica energética. Todo Arquétipo é um chamado à aprendizagem e possui suas qualidades positivas para o funcionamento do Universo.

    Quando se fala de personalidade, existe o Arquétipo puro e a manifestação Dele no Universo. O Arquétipo Materno não necessariamente tem relação única e exclusivamente com a mãe biológica. É uma energia cósmica que se manifesta em todas as dimensões de diversas formas, tais como: a mãe, a avó, a mãe de deus, a madrasta, a sogra, a mulher com quem nos relacionamos (dependendo da situação), a igreja, a terra, a matéria, a lua, o útero, o forno, o caldeirão, o túmulo e etc. Tudo isso é a energia do Arquétipo Materno manifestada. Os Arquétipos podem se mesclar criando uma nova manifestação, tal como a 'esposa' é a mistura do Arquétipo Materno com o Arquétipo Anima.

    A base do complexo materno na filha é a defesa contra mãe - toda filha inconscientemente possui este impulso, de independência da mãe, de libertar-se dela. Esta defesa não é um fator negativo, mas sim uma forma da filha buscar sua independência e poder pessoal, porém pode se tornar patológico. Dependendo de como se desenvolve o Arquétipo Materno na vida de uma menina, ela irá possuir determinados comportamentos/sentimentos e vivenciará determinados acontecimentos. Os Arquétipos são como o Universo existe e como ele se auto-manifesta e NÃO é uma coisa exclusivamente psicológica. O Universo é pura Consciência e os Arquétipos são Consciências primárias manifestadas pelo Todo fora de qualquer espaço-tempo. São os Arquétipos que geram o colapso da função de onda e fazem o Universo com todas as dimensões existir.

    O complexo materno feminino caracterizado pela exacerbação do eros é, naturalmente, um dos símbolos mais polêmicos. O Eros é a libido sob forma de sexualidade. Quando ocorre este complexo, fundamentado pela quase total repressão do instinto materno, PODE ocorrer uma exacerbação do eros. A menina tenta sobrepujar a mãe e salvar o pai seduzindo-o. Sente ciúmes da mãe e pode planejar empreendimentos futuros baseados neste ciúme. Este Arquétipo pode se desenvolver numa mulher como resultado de uma criação com uma mãe arcaica e puramente instintiva. Tal mãe é uma personalidade materna sombria da qual considera o marido um mero provedor e fecundador. O resultado numa filha dessa mãe pode ser a exacerbação do eros. Uma mãe que possua crenças negativas em relação a sexualidade feminina e, por isso, vivencia sua feminilidade unicamente sob a forma da mãe arcaica, criará a exacerbação do eros em sua filha.

    Uma mulher que vivencie a exacerbação do Eros na fase adulta, naturalmente busca relações exageradas e sensacionais por si mesmas. Possui uma atração e impulso para seduzir e se apaixonar por homens casados afim de "salvar" este homem do poder arcaico materno, tal como fazia na infância com seu pai. O ciúme da mãe agora é projetado na esposa do pretendente. Por ter uma falta do instinto materno, este tipo desiste do pretendente assim que este se desfaz de seu casamento e decide por ficar com ela, porque a partir daí ela assumirá a figura de esposa ou namorada e não mais de "salvadora" ou "sequestradora". Isso não significa que uma mulher que se apaixone por um homem casado esteja vivenciando essa energia; não façamos generalizações, cada caso é um caso.

    Esta energia não é negativa porque possui uma utilidade no contexto Universal. Ela possui uma dinâmica de libertação do homem da prisão do aspecto maternal arcaico e autoconhecimento e transmutação da sombra tanto por parte do homem como da mulher. Esta energia se manifesta normalmente quando um casal está em seu comodismo/zona de conforto através da preponderância de uma dominação materna da esposa para com o marido. Em palavras simples: quando um casal está acomodado em seu relacionamento e vida e a mulher assume o papel de mãe dominadora, este casal passa a atrair esta energia arquetípica e, cedo ou tarde, o marido irá ter contato com uma mulher regida pela exacerbação do Eros. E essa é a beleza desta energia/Arquétipo. Carl Jung refere-se ao comodismo matrimonial enquanto relação com uma mulher de eros exacerbado na citação a seguir:

"[...] Este comodismo leva à inconsciência da própria personalidade e aqueles matrimônios supostamente ideais em que o homem nada mais é do que papai e ela, a mamãe, e em que o casal assim se chama entre si. Este caminho é difícil e facilmente rebaixa o casamento a uma identidade inconsciente dos cônjuges. 
A mulher, cujo tipo está sendo comentado fulmina com o raio quente do seu Eros um homem que vive a sombra do materno assim provocando um conflito moral. Sem conflito porém não há consciência da "personalidade". "Mas por que", pergunta-se-á, "deve o homem atingir à tort e à travers, uma consciência superior? Tal pergunta acerta na mosca o problema, e a resposta a ela é algo difícil. Em lugar de uma verdadeira resposta, só posso confessar uma espécie de crença: parece-me que alguém afinal deveria ter sabido nos milhares de milhões que este mundo maravilhoso das montanhas, mares, sóis, luas, da via-láctea, das nebulosas, plantas e animais existe." (JUNG, Carl. Arquétipos e o Inconsciente Coletivo, Petrópolis, 2002, p. 97 e 98)

    Antes de tudo existir, O Todo já sabia que existiria esse tipo de casal acomodado e, criou uma manifestação arquetípica que cria a evolução nesse caso. Esta energia é responsável por chacoalhar a zona de conforto do homem alvo e fazê-lo confrontar-se com seu inconsciente e sua sombra. É uma energia que "levanta o tapete" causando transformação e ascensão da consciência. A evolução da consciência ocorre pela iluminação da sombra e contato com o próprio inconsciente, sendo assim, todas as pessoas envolvidas saem ganhando a médio prazo, caso não resistam a catarse natural. Segundo C. Jung, 2002, p. 104, "Sem temer qualquer conflito, qualquer sofrimento, qualquer pecado, a curiosidade divina almeja por nascer. A inconsciência é o pecado primeiro, o próprio mal para o Logos. [...] A consciência só pode existir através do permanente reconhecimento e respeito do inconsciente: toda vida tem que passar por muitas mortes."

    A emoção é o fogo transmutador da consciência que gera a luz. A emoção é a fonte principal da tomada de consciência. Portanto, o homem atingido por essa energia está incutido em fortes emoções, assim como as duas mulheres; isso força uma tomada de consciência, uma catarse e expurgação. A mulher que vivencia a exacerbação do Eros também está sob forte influência do fogo emocional que consome, transmuta e,graças a isso também passa por um processo de ascensão da consciência. O Eros é a energia do inconsciente, da troca de informação e do movimento. A mulher com exacerbação do Eros está passando por uma gigantesca transformação e transmutação, bastando que ela não resista à transformação. É o Eros que resgata os traumas reprimidos do passado forçando uma tomada de consciência, e ele não aceita repressão. Caso seja reprimido, irá explodir em perturbações psicológicas e doenças físicas. Reprima o seu bicho interior e ele irá te devorar.

    Uma mulher que esteja vivenciando a exacerbação do Eros, está vivenciando um chamado do Todo para a tomada de consciência a partir do Eros. Provavelmente é uma mulher que reprimiu seu Eros em existências anteriores e agora precisa entrar em acordo com essa energia.





    O vulcão (imagem acima) representa o eros agindo no feminino provocando a mudança. A lava consome tudo e, ao mesmo tempo, fertiliza tudo. É preciso deixar-se consumir pela lava para que seja fertilizado. Caso seja reprimida, acarretará em erupções (tais como a acne). Deixe a libido te consumir e você será fertilizado.

Um somos nós!

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